08/02/2018

Oh Sr D. Manuel Clemente... Vamos lá ver!

Quando leio estas coisas ainda me custa a acreditar que vivemos em pleno 2018!

Segundo as estatísticas. 70% dos casamentos acabam em divórcio. É triste? É! Vivemos um momento de crise de valores? Não sei... Até porque não vivo em casa dos 70% de portugueses que se divorciam e por isso não faço ideia do que poderá levar aos divórcios.

Não podemos apontar dedos. Só quem vive no convento é que sabe o que vai lá dentro. Também é verdade que a maior parte dos casamentos celebrados dentro de uma igreja católica só acontecem porque as fotografias ficam mais bonitas com um altar em pano de fundo do que com o calendário da parede do gabinete do conservador. Ou porque a Avó Margarida fazia muito gosto em ver a sua Joaninha casada na Igreja onde se casou. Mas nem sempre é assim!

Eu casei pela Igreja porque não fazia para mim sentido de outra forma. Enquanto católica apostólica romana, eu queria receber esse sacramento e que Deus abençoasse aquela relação que eu acreditava ser para a vida! Não aconteceu! Pois não! Mas isso em nada diminui a minha fé em Deus e em Jesus Cristo. Felizmente fui bem guiada por um Padre muito moderno e sensato que me acolheu na missa de braços abertos e me deu a comunhão. Se calhar, para muitas pessoas, isto não diz nada! Para mim, disse e muito!

Em 2014, no sínodo da Família, o Papa Francisco aconselhou as Dioceses a abrir os braços aos divorciados e às famílias reconstituídas. Bendito Papa que acompanha estes tempos que tanto precisam de gente assim.

Chegamos a 2018 e vem um Bispo, que só é Cardeal porque houve umas maroscas entre os nossos Reis e o Vaticano lá pelos tempos idos de 1500 e troca o passo, que vem dizer “Muito bem! Podes casar de novo! Só não podes é praticar o amor!”

Pois toda a gente sabe que praticar o amor é coisa muito porcalhona. E que a vida de um casal (que se ama) não precisa dessas badalhoqueiras!

Já me perguntaram porque não anulava o casamento para poder casar de novo pela igreja. Olha! Porque não! Tive 5 anos de casamento de onde nasceram dois filhos. Os meus filhos não têm culpa que a igreja não deixe a sua mãe fazer amor com o segundo marido! Por isso, não! Não lhes vou anular o casamento dos pais.

Nesta época de conflitos religiosos em que andam todos à batatada para ver qual a melhor religião, uns acham que vão ter virgens no céu, outros mandam acabar com o sexo na Terra! Isto só vai piorar os conflitos nas filas do supermercado e nos guichets das instituições públicas. Já para não falar que os bancos das igrejas vão ficando cada vez mais vazios e que as moedinhas do ofertório vão ficando cada vez mais escassas.

Tenho pena que assim seja! Deus mandou-nos amar uns aos outros. Mandou o homem perdoar os erros dos seus irmãos. Mas aqueles que O representam na Terra perceberam tudo ao contrário.

Tenho de avisar os meus filhos que afinal já não podem levar as alianças porque a mãe já não vai casar outra vez! Passo a rezar em casa para poder continuar a dar  umas cambalhotas. Fico menos benta, mas com uma pele muito mais brilhante!

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