02/09/2017

24

02.09.1993

Faz hoje 24 anos que cheguei a esta terra! Cascais



Lembro-me de ficar deslumbrada. De achar que aqui parecia estar de férias o ano inteiro. O cheiro, o clima, a paisagem. 

24 anos se passaram e continuo a deslumbrar-me todos os dias. Todos os dias chamo os meus filhos para olharem para este mar e para esta baía para contemplarem a vista e para agradecerem a sorte que temos de viver num sítio tão bonito. 

- Já pensaram que nós vivemos no sítio onde tantas pessoas vêm passar férias? 

Guardo o Porto no coração. Guardo alguma pronúncia (acentuada ao telefone quando falo com a família), guardo as memórias de uma infância feliz, guardo o som da ronca matinal, os croissants da Doce Mar e as brincadeiras na praia do Molhe. Guardo as viagens no 78, as manhãs na Senhora da Luz e as tigelinhas da Minhotinha. Guardo as cruzetas, os boeiros, a sertã e os bolinhos de bacalhau. Os bicos de pato e a regueifa. Guardo o azeiteiro, o picheleiro e o trengo. E ainda hoje chamo guna ao meu filho quando ele vem em modo raposinho ao fim do dia. Guardo tudo isso com amor e faço questão de lembrar aos meus filhos que, lá  no fundo, eles têm uma costela murcona. 

Hoje tenho o Guincho, a Baía, o Santini e a Casa da Guia. Tenho a serra, a marina e a Rua Direita. A Marginal, a Sacolinha e a Garrett. A praia da Rata, os cachorros, o paredão e o Visconde da Luz. As Festas do Mar, o mercado e a Feira do Artesanato. 


São quase bodas de prata desta terra linda que me recebeu de braços abertos. E em 35 anos de vida, já é difícil decidir de onde sou. 

3 comentários:

Bica disse...

Tu a caminho das bodas de prata e eu da maioridade.
Digo exatamente o mesmo sobre viver num sitio que nos faz sentir de ferias :)

Anónimo disse...

Olá vejo esta pagina do blog todos os dias (+/- a 1 ano) e as vezes mais do que uma vez na ânsia de mais post porque adoro e agora fiquei com curiosidade de saber do Norte de onde,se posso perguntar?
Sou da Póvoa de Varzim mas com 16 vim para V.N.Famalicão não largo este Norte tão lindo carago��

Ana Burmester Baptista disse...

Engraçado, fizemos exactamente o mesmo percurso (ainda que eu tenha nascido em Lisboa por não ter havido tempo de ir fazê-lo ao Porto, mas considero-me tripeira acima de tudo!). A Minhotinha, os croissants da Doce-Mar, café de manhã com a avó na Juquinha, em frente ao mercado da Foz, tardes e noites na Praia da Luz e a visita quase obrigatória ao Twins, pendurar a roupa em cruzetas, fazer ovos na sertã, cerrar o sotaque quando falo com os amigos e os primos. Ver a água da chuva a cair nos bueiros.
Aqui é mesmo isso, viver onde os outros passam férias (e recusar-me a vir à Vila no verão de tanta gente que por lá anda). É acabar o trabalho (e tenho a sorte da cá trabalhar também) e ir à praia beber um copo com os amigos, deixar o meu filho andar por aí de bicicleta com os amigos e saber que está seguro. É fazer praia de Abril a Novembro (tem anos).Mas ainda não perdi a esperança de voltar de vez! Quem sabe um dia!!