01/05/2017

Continuo a aprender a ser

Ser mãe... Talvez dos papéis mais difíceis que se pode ter na vida. O teste de gravidez é apenas o toque de saída e os 9 meses que se seguem não são nem de perto a preparação para o que nos espera. 
Quanto mais o tempo avança mais complicado se torna. E eu pensei que depois das noites sem dormir e das birras vinha a parte fácil. Ingénua... 

A minha filha foi tocada fisicamente pelas hormonas da adolescência muito cedo! Usa desodorizante desde os 5 anos entre outros sinais que se foram manifestando. Mas estas hormonas invadiram um corpo de criança e uma cabeça de menina pequena. Até aqui, sem mais sinais emocionais aparentes. A caminho dos 9 anos, já começam a aparecer outros. Esses! Os emocionais. 
Respostas mais elaboradas, questões difíceis de responder e reações empertigadas. 
Sinto-a completamente a experimentar esta nova rebeldia! Atira as respostas para o ar e fica a ver a minha reacção com aquele sorriso inocente de quem fez disparate mas quer ganhar o seu próprio espaço. E eu, ao seu lado, tento também descobrir o meu espaço. Tento perceber até onde é que a posso deixar ir. E a linha é tão ténue, que eu própria fico a descobrir até onde é traquinice e a partir de quando é falta de educação. Até onde é brincadeira e a partir de quando é insolência. 
Tem-nos valido o seu poder de encaixe e sentido de humor e a minha estrutura para ouvir determinadas coisas e fingir que não foi comigo. Volta e meia leva um arrebite, um olhar reprovador um pedido para reformular a frase. 
- Oh menina! Vê lá como é que falas!
Até aqui está a resultar. Ela vai experimentando com respeito e eu vou dando espaço ou impondo barreiras conforme vejo que é preciso. 
Não deixa de ser fascinante a forma como estamos ambas a descobrir o espaço de cada uma, mas ao mesmo tempo assustador. Mais uma vez prevalece a insegurança e o sentimento de culpa. Só que agora não é sobre os agasalhos a mais ou a menos que ponho ao bebé, mas sobre a linha de conduta de uma personalidade que se está a formar e a tentar encontrar-se! 

Ninguém disse que ser mãe era fácil. Mas também ninguém avisou o quão fascinante era! 

Espero que entre abraços, gargalhadas e e apertões do gasganete encontremos ambas o caminho certo que nos levará a bom porto.  

1 comentário:

susana disse...

olá kiki, gosto imenso de a ler , fiquei mais descansada por descobrir que nao sou a unica com uma filha "fedorenta" aos 5 anos , será que me pode dizer que desodorizante usou com a sua filha , não será prejudicial . Muito obrigado pelas gargalhas e beijinhos nortenhos !!!