A educação que se dava antigamente, em que as crianças simplesmente não eram tidas nem achadas, não jantavam sequer à mesa com os pais e em caso de asneirada, não havia nada que uma surra de cinto não resolvesse perdeu-se nos tempos. Felizmente!
Olhando para esse tipo de educação, tenho a certeza que sou um algodão doce!
Mas olhando para a educação moderna-liberal, tenho a certeza também que sou um general!
Nesta casa há espaço para mimos, para declarações de amor (a toda a hora), para beijos (sou uma cola), para conversas. Nesta casa as crianças são ouvidas. Mas na hora das decisões, sou eu quem toma o papel principal. Há rotinas e horários a serem cumpridos. Há regras a serem respeitadas. E há formas de se dirigirem aos pais e aos mais velhos. Como explicar?... Até podem dizer cagalhão à minha frente, desde que seja com respeito! (Desejosa de ver os Hatters anónimos a pegarem nesta frase...)
Sou super rigorosa com os castigos. Não são demasiado brandos nem demasiado injustos. E quando há, são para cumprir até ao fim.
Dois dias sem ver televisão... um fim de semana sem mexer no iPad... Uma semana sem levar brinquedos para a escola... Vou adaptando à gravidade da situação.
Tenho uma relação espectacular com os meus filhos! Mas há alturas em que não sei o que fazer mais... Porque já conversei, já berrei, já expliquei, já pedi, já exigi... Mas não dá!
Estudo...
Quando devem ir? Todos os dias!
A que horas devem ir? Quando dá o toque!
Para que devem ir? Para fazerem os trabalhos de casa!
Porquê devem ir? Para terem todo o tempo que resta do dia para brincar, ler, ver televisão ou não fazer nada. Eles escolhem!
Não é simples? Não é fácil de decorar? E de perceber?
Porque é que as guerras que temos são sempre pelos mesmos motivos? E porque é que é preciso repetir a mesma coisa vezes sem fim? Estarei a ser demasiado erudita? Demasiado exigente? Há vezes em que me apetece pegar num funil, enfiar-lhes pelos ouvidos abaixo e berrar: VOCÊS TÊM DE IR AO ESTUDOOOOOOOOOOO!!!!!!!!
É que já nem dá vontade de justificar o pedido!!!! Porque sim! Porque eu mando! Porque eu quero! Porque é assim e acabou-se!!!
Há dias em que não sei mais o que fazer... Fico à deriva! Tenho medo de ser exigente demais... Branda demais... Chata demais... Boazinha demais...
Ahhh filhos... Eu que só encomendei dois bebés de fralda e chupeta... A brincadeira não é brincadeira nenhuma!!!
4 comentários:
Como a entendo...Penso tantas vezes o mesmo, estarei a ser demasiado exigente? Outras vezes demasiado branda? Ninguém disse que era fácil, mas tento pensar num dia de cada vez e quando num dia corre mal penso amanhã será melhor. Claro depois de pedir coragem e paciência aos deuses ��
Ainda estou longe dessas guerras e não sei bem o que farei.. estava aqui a pensar.. há situações na nossa vida que só aprendemos se passarmos pela situação.. seria uma hipótese dizer-lhes: "ok, vão ao estudo quando quiserem, e vamos ver o que acontece"? Eu senti na pele as consequências de quando me desleixei e isso rapidamente me colocou nos eixos. Porque eu tinha brio em ter bons resultados, estava era preguiçosa e habituada a ter as boas notas facilmente.. A responsabilidade é das coisas que mais me custa "deixar" o meu filho ter, e imagino que não seja nada fácil ficar a ver os nossos filhos a irem na direção errada.. mas se calhar é preciso. Para que percebam mesmo, por eles, a importância de certos "fretes" que temos que fazer.. não sei, fica a sugestão. Ah, e essa estratégia teria um prazo, claro, que seja suficiente para eles perceberem mesmo as consequências e a mãe pensar numa alternativa caso a coisa não corra conforme esperado!! :)
Parabéns pelo texto :) retrata bem a minha realidade com o meu filho mais velho ehehehe não com o estudo mas com tantas outras coisas, meu Deus ehehehe tb me questiono várias vezes sobre estar a ser demasiado exigente...
Faz muito bem, está certíssima. Têm de ir ao estudo-
Mas claro eu se compreende a posição deles, "gosto de feijão, mas se tiver de comer feijão todos os dias"...
Como sempre o papel dos pais é guiar,e às vezes impor o que é melhor para eles. Mais tarde agradecem
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