19/05/2016

# Mete as Mãos na Massa - Brincar à mesa

Imagem do Pinterest


Duas questões antes!

A primeira:
Não! Não vamos meter as mãos na massa hoje, vamos meter as mãos no coração! Boa?

A segunda:
Brincar à mesa? Pois... Não se brinca à mesa. A menos que seja assim!


A hora do banho e do jantar são os poucos momentos do dia, ao longo da semana, em que podemos realmente conversar com os nossos filhos e olhá-los no olhos (e no coração). Ao jantar, lá em casa, a menos que eu esteja moooooorta de cansaço e precise mesmo de silêncio, não há televisão! (mas nessas situações, também não há mesa! Há tabuleiro e eles fazem uma festa!) Adiante! Precisamente por ser o único momento do dia em que podemos conversar sem pressas, faço questão que... Conversemos!

Há coisa mais irritante do que perguntar a um filho como foi a escola e a resposta ser sempre: Foi boa...
Ou então perguntar o que fizeram e a resposta ser sempre: muitas coisas! ou Brinquei...

Não, não há! Por isso, inventei um "jogo" para fazermos à mesa que resultou lindamente! E além de realmente conversarmos, consegui passar a saber coisas incríveis sobre eles e o dia-a-dia deles.

O primeiro é o "Jogo do Destestei-Adorei".

Cada um, diz qual foi a coisa que mais detestou durante o seu dia. Roda a mesa toda (como se três fossem muitos...) e vamos ouvindo e fazendo perguntas. Porquê? O que fizeste? Como resolveste?
No fim, acabamos por dizer qual foi a coisa que mais adorámos durante o dia. Novamente o Porquê? O que fizeste? Como resolveste?
Primeiro, obriga-os a realmente pensar no que fizeram e a contarem realmente coisas que aconteceram. A nós, pais, permite-nos saber se está mesmo tudo bem com eles, e ajudá-los a encontrar respostas, caso haja alguma situação que precise. Depois, o facto de eles também saberem coisas do nosso dia, faz com que eles também se interessem por nós e pelo que fazemos. Já aconteceu serem eles a perguntar espontâneamente como correu o meu dia e qual foi a minha parte preferida. Isso gera empatia, cria laços, partilha. Estimula o pensamento, a memória e as emoções. Gera o hábito da partilha! E isso vai dar-nos tanto jeitinho quando a adolescência chegar!!!


O segundo jogo é o "Qual é coisa, qual é ela..."

Aqui, podemos perguntar sobre milhões de assuntos! Muitas vezes acabamos às gargalhadas. Outras a trocar ideias sobre coisas sérias.
Por exemplo:
- Qual é coisa, qual é ela que mais gostas de fazer ao fim-de-semana?
- Qual é coisa, qual é ela que mais gostas que eu te faça?
- Qual é coisa, qual é ela que mais detestas que eu te faça?
- Qual é coisa, qual é ela que nunca farias?
- Qual é coisa, qual é ela que mais gostavas de comer amanhã?
- Qual é coisa, qual é ela que te deixa mais feliz?

Cada um inventa uma adivinha à vez e as respostas, tal como no primeiro, vão rodando todas as pessoas que estão à mesa. Às vezes, surgem conversas tão giras, que acabamos por nem passar da segunda adivinha.
Através deste simples jogo de adivinhas, vão surgindo assuntos muito importantes sobre os quais não falaríamos com os nossos filhos porque provavelmente, nem surgiriam. Eles acabam por pensar em situações, colocam-se nelas também e isso obriga-os a pensar, a reflectir, a colocarem questões e nós podemos também ir orientando as respostas com um "A sério? Fazias isso? Muito bem!" ou um "Não achas que nessa situação devias antes fazer isto ou aquilo? Pensa lá bem!"

Claro que os filhos têm várias idades e vários estágios de desenvolvimento e maturidade, mas nós pais, sabemos bem o que lhes podemos perguntar e eles vão perguntando conforme a sua curiosidade.

Juro que vão adorar passar a brincar à mesa! E eles vão amar que lhes seja permitido isso!

Boas conversas! Boas brincadeiras!

3 comentários:

Moura disse...

Aqui em casa é habitual, também à mesa, que não há tv para ninguém: diz-me uma coisa de que não tenhas gostado mesmo nada do teu dia e diz-me duas que tenhas gostado mesmo muito! E claro, também toca a todos, com os porquês e afins! é do melhor!

Unknown disse...

Adorei

Vera disse...

Tenho duas ideias de jogos giros (que não posso fazer com o meu filho porque as respostas iam ser "cão", "mãe", "pa_", "acuá (bola)", "Cá-cá", "miau" etc. Não tem graça. Tem 18 meses.
O primeiro jogo é do Obrigada: cada um tem de agradecer uma coisa do seu dia (a Jesus, à vida, a quem for). Este jogo estimula uma atitude de gratidão e ajuda a pensar nas coisas que aconteceram no dia. Faz sentido à hora de dormir.
Um jogo bom para a mesa ou em viagens compridas é "Tu és essa pessoa". Basicamente é o "quem é quem" mas sem plaquinhas para baixar. Um pensa numa pessoa (ou entidade, real, imaginária, o que for, não interessa) e os outros fazem perguntas de resposta sim/não. É mesmo divertido (passo a vida a jogar a isto com o meu marido) e serve para desenvolver a capacidade de fazer as perguntas certas e organizar a informação que já se tem (que acredito ser uma competência muito importante para a escola e a vida também).
Bjs e divirtam-se!