É óbvio que já me tinha apercebido antes. Não é por acaso que nos apaixonamos pelos nossos filhos. Acho que o facto de os sentir ali num sentimento reciproco ao nosso, também ajuda.
E se o amor de mãe é incondicional, o de filhos também é! E desde que ando com as minhas (algumas) dificuldades (ainda hei de encontrar um nome melhor) da AR, tenho percebido o cuidado que eles têm comigo.
Fartinhos de ouvir:
- Ajude a mãe que a mãe não consegue.
- Tem de ser a Gigi e trazer que a mãe está com dores.
- Cuidado, não façam força porque pode magoar a mãe.
Blá, blá, blá...
Dou com eles a terem a preocupação já genuína e espontânea sem eu ter que dizer nada.
Ontem eu estava a arrumar coisas na cozinha e o Vicente veio ajudar-me sem eu pedir nada. E nem sequer estava com dores!
- Teté ajuda mãe! A mãe tem dóidói nas mãos!
Mas o que me matou mesmo foi quando fui pô-los na cama e a Gigi, depois de rezarmos diz...
- Mãe, agora preciso pedir uma coisa ao coração do Jesus...
- O quê querida?
- Jesus, faz com que a mãe fique boa dos ossos depressa e não tenha mais dores.
Ah! E o Vicente diz que me vai dar um Chekate côruroja de Pinxêja* para eu andar. Por isso, quem tem filhos assim, não precisa de mais nada!
*Skate cor-de-rosa de princesa